FFR (fractional flow reserve)

A FFR (fractional flow reserve) constitui-se em uma técnica, utilizada após o cateterismo e indução hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo coronariano com medicações). Após este procedimento inicial passa-se um fio-guia pela lesão e compara-se a pressão antes e depois da obstrução. Através deste procedimento é possível avaliar se aquela lesão está trazendo repercussões funcionais ao coração.

Caso a FFR mostre relação <0,75-0,80 a lesão é considerada funcionalmente importante, devendo portanto ser tratada por método de revascularização (percutânea ou cirúrgica).

O estudo DEFER ( Deferral of Percutaneous Coronary Intervention) já havia mostrado que deixar de revascularizar lesões com FFR >0,75-0,8 não piorava os resultados após 5 anos de acompanhamento. Contudo, o trial FAME (Fractional FLow Reserve Versus Angiography for Multivessel Evaluation) mostrou que tratar lesões com FFR >0,8 na verdade pode piorar o prognostico.

O que o FAME trial fez foi então dividir os pctes em 2 grupos - um em que se tratava a lesão baseado apenas no aspecto angiográfico (que é o que se faz na prática clínica cotidiana) e um outro grupo em que se tratava as lesões baseadas na FFR (só se angioplastava as lesões com FFR<0,8). Todas as angioplastias eram realizadas com stents farmacológicos. Após 2 anos de seguimento o que se viu é que o segundo grupo usou uma quantidade menor de stents e que mesmo assim houve diminuição de eventos (Morte ou IAM) de 12,9% no grupo controle para 8,4% no grupo guiado por FFR.

Fonte: Fractional Flow Reserve versus Angiography for Guiding Percutaneous Coronary Intervention. N Engl J Med 2009; 360:213-224. January 15, 2009.

Há restrições ao uso do FFR de forma mais ampla devido a questão do custo. Contudo, o que subanálise do FAME mostrou é que o tratamento guiado por FFR apresentou uma relação custo/efetividade favorável, uma vez que menos stents foram implantados. Observou-se neste estudo que 500 lesões deixaram de ser tratadas devido a informação de FFR>0,8 e destas houve apenas o registro de 1 IAM ao longo dos 2 anos de acompanhamento (0,2% incidência). Isso mostra que o método realmente é confiável em mostrar que lesões devem ser tratadas e que lesões devem ser mantidas em tratamento clínico.Fonte: Economic Evaluation of Fractional Flow Reserve-Guided Percutaneous Coronary Intervention in Patients With Multivessel Disease. Circulatio 2010, 122:2545-2550.

O estudo FAME II (Fractional Flow Reserve-Guided Percutaneous Coronary Intervention Plus Optimal Medical Treatment Versus Optimal Medical Treatment Alone in Patients With Stable Coronary Artery Disease), que havia planejado randomizar 1832 pacientes com doença arterial coronária (DAC) estável associada a lesões hemodinamicamente significativas (determinação do FFR) para receberem tratamento médico otimizado isoladamente (TMO) ou associado à intervenção coronária percutânea (ICP), recebeu recomendação de suspensão por parte de seu comitê de monitorização de eventos. Foi demonstrada redução significativa nas taxas de revascularizações de urgência e reinternações no grupo ICP em comparação ao grupo TMO, o que tornaria anti-ético manter a inclusão de pacientes no grupo TMO. Fonte https://sbhci.org.br/2012/01/18/estudo-fame/

Os resultados destes estudos, inclusive já influenciaram os guidelines, European Society of Cardiology (ESC) Classe I de indicação. 

Este procedimento encontra-se no "rol" da ANS com cobertura obrigatória. 

Realizamos este procedimento nos Hospitais Márcio Cunha e Metropolitano da Unimed Vale do Aço.

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